O Gol Total Flex já está à venda. O veículo da Volkswagen está autorizado a rodar, inclusive com a identificação "Álcool/Gasolina" no Certificado de Registro do Veículo.

A Volkswagen e a Magnetti Marelli ajustaram o motor do Total Flex para um regime de funcionamento bastante aproximado tanto para álcool como para gasolina. A potência, por exemplo, é de 97 cv com 100% a gasolina e 99 cv com uso de álcool hidratado. A diferença de torque é menor ainda: 138 kgfm (gasolina) contra 141 kgfm (álcool). Na prática, é pouco perceptível a mudança de performance, o que se confirma nos dados de desempenho fornecidos pela montadora. A velocidade máxima varia apenas 1 km/h entre 100% de gasolina (183 km/h) e 100% de álcool (184 km/h), o mesmo ocorrendo com a aceleração de 0 a 100 km/h (11s5 vs. 11s2), respectivamente.

Existe a possibilidade de conversão do carro a gasolina ou álcool para esse sistema, no entanto, seu custo hoje não justificaria o trabalho. Como é uma tecnologia nova, com muitas possibilidades de evolução, pode-se imaginar que um dia as modificações sejam mais simples e os resultados, mais compensadores.

É importante ressaltar que, na verdade, mesmo que você abasteça com gasolina e álcool em partes iguais, haverá mais do segundo combustível no tanque, devido aos 25% de álcool anidro que o governo determina que seja acrescentado na gasolina nacional. Para o motor bicombustível, essa composição já é prevista, inclusive, com a pequena porcentagem de água que o álcool hidratado possui e nada disso afeta seu funcionamento. E caso nunca seja utilizado um dos combustíveis, não há problema algum, pois o motor flex funciona com qualquer parâmetro e por tempo indeterminado.

Em caso de viagens para fora do Brasil, o caso é o mesmo do motor a gasolina, regulado para utilizar até 25% de álcool. O funcionamento não será adequado devido ao mapeamento da ECU (Unidade de Comando Eletrônico), que não prevê o uso de gasolina. Resumindo, o motor funcionará fora do ponto.

Caso o veículo seja abastecido com combustível adulterado, ele irá ter os mesmos problemas que os motores convencionais, ou seja, perda de rendimento devido ao uso de um combustível que não corresponde às especificações que o motor compreende, embora o Total Flex tenha capacidade de compensar de maneira mais eficiente essa deficiência. Mesmo assim, é uma atitude desaconselhável.

Se o tanque estiver somente com álcool, não haverá problemas de partida a frio. Além de contar com sistema de partida a frio, o Gol Total Flex está programado para detectar as situações em que será necessário seu uso. Basicamente, a regra é a seguinte: se a proporção de álcool for igual ou superior a 80% da mistura e a temperatura, 20ºC ou menos, a ECU automaticamente aciona a partida a frio.

A Volkswagen oferece para o Gol Total Flex a mesma garantia dos demais veículos. Um aspecto importante do motor é que não existem grandes inovações em seu funcionamento. São, na maioria, peças reprojetadas para atender às especificações requeridas, mantendo seu princípio de funcionamento.

A empresa está cobrando R$ 950,00 a mais pelo Gol Total Flex, em relação a versão Power, de onde se baseia o primeiro. Segundo a Volkswagen, essa diferença de preço certamente vai cair, assim que a demanda pelo modelo crescer, o que é quase uma certeza. A tendência é que a tecnologia seja padrão para todos os automóveis em um futuro breve.