Nos últimos anos, nenhum utilitário aliou tanta versatilidade no transporte de cargas e passageiros com baixo custo de manutenção como a Kombi. Ao longo dos seus 53 anos de produção no Brasil, o veículo acumulou 1.360.850 unidades vendidas (data de 1957 a fevereiro de 2010). Ela é o comercial leve mais popular do País e um dos preferidos dos frotistas. Atualmente, responde por 4.5 % (jan-fev 2010) do segmento de veículos comerciais leves, com 3.851 unidades comercializadas durante os dois primeiros meses desse ano.
Nos grandes centros, o veículo continua ganhando espaço, atendendo pequenos comerciantes, feirantes e grandes empresas de entrega rápida, além do transporte urbano convencional. No ano passado, suas vendas dividiram-se entre 71,4% para frotistas (empresas de médio e grande porte), 24,7% para varejo (pequenos empresários e compradores particulares), e 3,9% a órgãos governamentais.
A Kombi foi idealizada pelo holandês Ben Pon na década de 40, que pretendia incluir o confiável conjunto mecânico do Fusca em um veículo de carga leve. A produção do modelo começou na Alemanha em 1950. O destaque era a carroceria monobloco, suspensão reforçada e motor traseiro, refrigerado a ar, de 18,4 kW.
Em 1957, foram montadas as primeiras unidades no Brasil. Com um índice de nacionalização de 50%, a Kombi tinha motor de 1.200 cc. Menos de quatro anos mais tarde chegou ao mercado o modelo seis portas, nas versões luxo e standard, com transmissão sincronizada e índice de nacionalização de 95%. A versão pick-up surge em 1967, já com motor de 1.500 cc e sistema elétrico de 12 volts.
No ano de 1975, com uma nova reestilização, a Kombi passa a ser equipada com o motor 1.6 l e, três anos mais tarde, o modelo ganha dupla carburação. O motor diesel 1.6, refrigerado a água, surgiu em 1981, mesmo ano do lançamento das versões furgão e pick-up com cabine dupla. No ano seguinte surge o modelo a álcool e em 1983 a Kombi apresenta um novo painel e volante, além da alavanca do freio de mão, que sai do assoalho e passa para debaixo do painel.
As versões a diesel e cabine dupla deixaram de ser produzidas em 1985, porém continuaram incorporando novidades e itens de conforto como cintos de segurança de três pontos, bancos dianteiros com encosto de cabeça, temporizador para o limpador do pára-brisa, entre outros. Em 1992 a Kombi ganhou conversores catalíticos de três vias, sistema servo-freio, incluindo discos na frente e válvulas moduladoras de pressão para as rodas traseiras.
Uma versão mais moderna chegou em 1997 com o nome de Kombi Carat, apresentando novas soluções, como teto mais alto, porta lateral corrediça e a ausência da parede divisória atrás do banco dianteiro. As mudanças foram realizadas sem abrir mão da versatilidade e da economia exigidas por seus fiéis consumidores.
No final de 2005, a Kombi passou a ser equipada com o inédito motor 1.4 8V Total Flex (arrefecido a água), cerca de 20% mais potente, quando abastecido com 100% a álcool, ou 34% (gasolina), além de ser até 30% mais econômico que o antecessor refrigerado a ar, reforçando a máxima de que não há maneira mais barata e eficiente de se transportar uma tonelada de carga. Com o novo motor, a Kombi desenvolve potência de 78 cv quando abastecido com 100% de gasolina e 80 cv, com 100% a álcool.
A Kombi é produzida na fábrica de São Bernardo do Campo e está disponível em quatro versões: Standard (9 passageiros), Furgão (2 ou 3 passageiros), Lotação (12 passageiros) e Escolar (15 passageiros). Atualmente, a versão Standard corresponde a 79,8 % do mix de produção, com 8,9% cabendo à Furgão e 11,3% aos demais modelos.