A Ford apresenta no Salão de Buenos Aires a segunda geração do SUV Kuga, modelo construído sobre a mesma plataforma do Focus 3, também mostrado no evento. O jipinho urbano, que na atual gama da Ford se posicionaria acima do EcoSport e abaixo do Edge, continuará chegando à Argentina por importação a partir da Espanha, mas cresce a chance de que seja fabricado por lá, na mesma unidade de onde sairão os novos Focus. O passo seguinte, claro, seria a venda no Brasil.
A Renault, eterna ameaça ao quarto lugar da Ford no ranking de vendas nacional, finaliza os preparativos para a importação do SUV urbano Captur. Alguns jornalistas brasileiros já começam a ter acesso ao modelo, que está a caminho para ficar acima do Duster -- exatamente no mesmo degrau do Kuga na gama Ford.
Outra constante ameaça à posição da marca americana é a ascendente Hyundai, referência nesse sub-segmento de "SUVs urbanos médio-compactos" com seu ix35. Também brigam na mesma arena o Chevrolet Captiva, o Honda CR-V e o Volkswagen Tiguan, ressalvando seus preços mais elevados -- o carro alemão começa acima de R$ 100 mil.
Em outras palavras, ou a Ford se mexe, ou corre o risco de perder por WO num segmento cada vez mais querido pelos brasileiros.
O Kuga vem, mas a data especulada é 2015. O Captur chega por importação talvez ainda este ano; sua fabricação local é hipótese remota, porque a plataforma dele é a mesma do Clio 4, indisponível no Brasil. Mas, se o Captur for nacionalizado, terá pelo menos ano e meio de vantagem no mercado.
O carro mostrado no Salão de Buenos Aires está totalmente alinhado ao Focus 3, com a grade dianteira inferior tripartida e a superior ladeada por faróis mais estreitos; nos Estados Unidos, onde é vendido como Escape (nome que poderia ser adotado no Brasil, onde "Kuga" soa estranho), o modelo foi apresentado mais de um ano depois do novo Focus, o que sugere um facelift global de meio-de-vida relativamente distante, certamente posterior ao do "primo" hatch/sedã. Para a América do Sul, no entanto, isso nem é uma questão: o Focus atual, o 2, é o mesmo desde 2008, apesar de a 3ª geração ter sido mostrada pela primeira vez em 2010.
O nível de equipamentos oferecidos pelo Kuga é bom: tem até airbag de joelho para o motorista e sensor que abre o porta-malas com uma passadinha de pé sob o parachoque. Só que muita coisa é opcional -- na versão de entrada, por exemplo, as rodas são de aço.
Por ora, os portenhos ainda têm à disposição o Kuga 1, importado, vendido em duas versões (Trend, como na Volkswagen, e Titanium), ambas dotadas de tração integral e motor Duratec 2.5 sobrealimentado, de 200 cavalos. Preços: R$ 104 mil e R$ 120 mil. Os valores da nova geração não foram revelados. Na Espanha, ela parte de 21 mil euros; nos EUA, de US$ 22,4 mil.
O Kuga 2 fabricado na Europa (há produção também na China e nos EUA) usa o motor Ecoboost 1.6, somente a gasolina, com duas calibragens (potências de 150 cv e 180 cv, câmbios manual e automático, respectivamente) e sistema start/stop. Há duas opções diesel, de 2 litros, vetadas no Brasil porque o modelo não tem marcha reduzida (somente elas oferecem o câmbio Powershift de dupla embreagem). Quando houver a fabricação local no Mercosul, a motorização seguirá a do Focus 3, com unidades Sigma 1.6 e Duratec 2.0, ambas bicombustíveis (a Argentina pode ter versão diesel). O moderno Ecoboost só virá quando beber etanol também.
FONTE: UOL Carros