Fonte: Sorocaba.com
O Jetta TSI já não é
uma novidade no mercado brasileiro. Por aqui, a atual versão já existe desde
2011. E de lá pra cá, pouquíssimas mudanças foram feitas no modelo. Mas existe
um bom motivo para isso: o Jetta TSI é um carro que não tem concorrentes
diretos, na prática, em sua categoria. De certa forma, ele é a referência que
ainda precisa ser superada, por todos os concorrentes mais próximos. Ainda que
essa afirmação possa parecer certo exagero, existem muitos argumentos para
sustentá-la. E isso que veremos nessa matéria de avaliação.
Estilo
Talvez esse seja o
maior (e praticamente único) ponto fraco do Jetta. Como falado anteriormente,
desde 2011, a Volkswagen não faz mudanças substanciais no visual do carro.
Recentemente, no início de 2015, a Volkswagen apresentou uma atualização no
visual do Jetta, que se resumiu à: lanternas traseiras com novo desenho,
para-choques dianteiros e traseiros com novas linhas e pouquíssimas melhorias
no interior.
O Jetta traz um
estilo limpo e sóbrio. Praticamente sem elementos de estilo “emocionais”, o
carro não tem aquele “algo mais” por fora. Em 2011, esse visual até era uma
novidade, quando a VW abandonou as linhas arredondadas de faróis e lanternas.
Mas hoje, com concorrentes, atualizados como Toyota Corolla, Citroen C4 Lounge,
Hyundai Elantra, entre outros, o Jetta ficou apagado no mercado.
Mas esse visual
discreto, e supostamente cansado, ainda mantém um dos mais baixos coeficientes
de atrito da categoria de sedans médios. O Jetta tem um Cx de apenas 0,30. Esse
número é igual ao de concorrentes muito mais novos.
Motor
Esse é um dos pontos
onde o Jetta TSI revela uma das suas superqualidades. A versão TSI, também conhecida
por Highline nos catálogos da Volkswagen vem equipada com um motor EA888 à
gasolina, 2,0 litros – 16 válvulas, turbo alimentado e com injeção direta de
combustível (que a Volkswagen chama de estratificada).
Em um passado
relativamente recente (2013), o Jetta já teve esse motor com 200 cavalos. Agora,
os Jettas TSI, contam com potência máxima de 211 cavalos (à 5.550 rpm). O
torque máximo é de impressionantes 28,6 kgfm (à apenas 2.000 rpm). Além disso,
o motor conta com comando variável na admissão e cabeçote em alumínio.
Praticamente todos os concorrentes diretos do Jetta, mal chegam à 20 kgfm de
torque máximo. E o único que passa disso, é o C4 Lounge THP, com menos de 25
kgfm de torque máximo.
Transmissão DSG
Junto com esse
potente motor, está o eficientíssimo câmbio robotizado de dupla embreagem de
seis marchas, que a Volkswagen batiza de DSG (Direct Shift Gearbox). Inicialmente,
essa transmissão foi concebida para as pistas de corrida, equipando veículos
como o Audi Quattro. Esta caixa de câmbio incorpora uma embreagem dupla, e foi
estreada primeiramente nas ruas no Audi TT 3.2 e por um curto espaço de tempo,
no Golf IV R32.
A transmissão
desenvolvida pela Borg Warner foi concebida de acordo com as exigências dos
clientes europeus, privilegiando a condução esportiva e o baixo consumo de
combustível. Em relação aos câmbios automáticos convencionais, o câmbio DSG
apresenta uma grande diferença: a não utilização de conversor de torque. Por
isso dizemos que ele é um câmbio robotizado, é não automático!
A transmissão DSG
supera a manual em diversos aspectos: economia de combustível, desempenho,
rapidez nas trocas de marcas, facilidade de utilização e conforto ao dirigir.
Ela constitui a verdadeira alternativa para os motoristas que preferiam caixas
manuais, pois o sistema DSG não apresenta desvantagens em termos de economia de
combustível, como acontece em um câmbio automático com conversor de torque. Ela
ainda permite valores melhores nas acelerações e trocas suaves, equivalente aos
melhores câmbios automáticos convencionais. Também oferece a vantagem adicional
da utilização em modo manual, através do sistema sequencial, pela manopla de
câmbio ou borboletas atrás do volante. Uma das mais impressionantes
características do câmbio DSG esta no fato de possuir duas embreagens em banho
de óleo. Elas tem maior resistência ao calor e melhor controle que as
embreagens à seco convencionais. A primeira embreagem aciona as engrenagens
ímpares (incluindo a marcha ré) e a segunda embreagem encarrega-se das engrenagens
pares. Para todos os efeitos, este conceito pode ser visto como "dois em
um". Ou seja, duas caixas de câmbio em paralelo, num só conjunto. Na
prática, esta tecnologia faz com que em cada mudança de marcha, deixe de
existir o "buraco" de tração que caracteriza as transmissões
sequenciais manuais automatizadas (como o i Motion da própria Volks).
No DSG a próxima
marcha pode estar sempre engrenada, e pronta para ser ativada. Quando o
automóvel circula em terceira marcha, a quarta já está engrenada, mas não
conectada. Assim que é alcançado o ponto ideal de troca, a embreagem
responsável pela terceira marcha abre-se, enquanto a outra embreagem se fecha,
ativando a quarta marcha. A abertura e fechamento das embreagens são
perfeitamente sincronizados, oferecendo uma suavidade exemplar. Todo o ciclo de
troca de marcha é completado num curtíssimo espaço de tempo: 3 a 4 centésimos
de segundo!
Desempenho assustador
Assim, com um câmbio
que está acima da média do mercado, e com um potente e eficiente motor de 211
cavalos, o Jetta TSi consegue quase um milagre. O conjunto é bastante econômico
em condução moderada. Na estrada com velocidade constante de 120 km/h e
ar-condicionado ligado, chega-se a incríveis 15 km/l de gasolina. Ou seja,
mesmo se tratando de um carro com 1.375 kg, a média é equivalente a de modelos
populares.
Além disso, o Jetta TSI
vai de 0 a 100 km/h em apenas 7,3 segundos e tem velocidade máxima de
impressionantes 238 km/h. E pode acreditar que ele chega nessa máxima. Aliás, o
Jetta Highline é o carro que traz o melhor ajuste desse motor, em toda a
família VW no Brasil. Alguns outros carros da marca utilizam esse motor, e
outros, o mesmo câmbio também. Entre aqueles que têm o mesmo motor estão o
Tiguan, Passat, Passat Variant e Novo Fusca. E os que usam o mesmo câmbio,
temos o Passat, Passat Variant e Novo Fusca. A VW parece ter feito um milagre
tecnológico no Jetta Highline, pois até o Novo Fusca que é um carro menor e
mais leve, não consegue fazer melhor, com uma aceleração de 0 à 100 km/h em 7,5
segundos e máxima de 225 km/h. Assim, o Jetta Tsi é um carro que “anda” demais.
E vários modelos de marcas premium como os atuais BMW 320, Audi A4/A5 e
Mercedes C180/C200 são obrigados a dar passagem ao Jetta, quando o assunto é
desempenho.
ESP de série, e indesligavél!
Pos conta desse
desempenho assustador, a Volkswagen tomou uma decisão radical no Jetta TSI. O
programa de estabilidade eletrônico (ESP) é sempre de série nessa versão TSI
(Highline). Alguns concorrentes como o Corolla Altis, sequer oferecem esse
equipamento. Mas diferente do que ocorre em outros concorrentes como C4 Lounge Exclusive
THP; Civic EXR e Renault Fluence Privilege, o programa de estabilidade do Jetta
nunca pode ser desligado. Nos outros carros, basta pressionar um botão. A
Volkswagen não comenta oficialmente, mas nos bastidores essa decisão foi tomada
para evitar que o carro se envolva demasiadamente em acidentes. Afinal, ele
anda “demais” em relação ao que o motorista dessa categoria de carros (sedans
médios) esta acostumado a encontrar.
Mais qualidades
Mas o Jetta TSI (ou
Highline) entrega mais coisas, além de um carro que corre demais. Por dentro,
ele entrega um espaço condizente com a categoria onde está inserido. Com um
entre-eixos de 2,65 metros, o espaço pode ser caracterizado como na média.
Afinal, o espaço é maior que concorrentes recém chegados como o Ford Focus que
tem apenas 2,64 metros, e menor que o Toyota Corolla com 2,7 metros. Ainda sim,
o Jetta conta com um dos maiores porta-malas da categoria, com generosos 510
litros, superando todos os concorrentes diretos (Civic, Corolla, Focus e C4
Lounge).
Outro ponto que vale
a pena ser mencionado, são as saídas do ar-condicionado para o banco traseiro.
São poucos os concorrentes que oferecem isso na categoria. Corolla e Civic por
exemplo, não contam com o recurso.
Alta segurança
Outro ponto onde o
Jetta faz bonito é na segurança. Recentemente, a organização americana IIHS classificou o Jetta como “Top
Safety Pick+”. Para ser classificado como “Top Safety Pick+”, o veículo precisa
ter obtido excelentes resultados nos testes de colisão realizados pelo IIHS –
incluindo duas simulações de colisão frontal (small overlap e moderate
overlap), uma de colisão lateral, de traseira e uma simulação de capotamento. O
Jetta é construído com uma combinação de recursos de segurança passivos e
ativos, desenvolvidos para atender (ou mesmo exceder) às mais exigentes regras
de colisão.
Na América Latina, o Jetta
também confirmou sua elevada segurança com 5 estrelas no Latin NCAP (New Car Assessment Program), um programa
independente de avaliação de carros novos para a América Latina e Caribe. O
Volkswagen Jetta também detém cinco estrelas pelo Latin NCAP, com os melhores
resultados na proteção aos ocupantes adultos, considerando ensaios de impactos
frontal e lateral. As crianças também estarão seguras no Jetta. Nos testes com
bonecos, que simulam crianças com idades entre 18 meses e três anos, confirmam
a proteção oferecida pelo modelo, com quatro estrelas.
Equipamentos
O Jetta TSI (Highline) já sai muito bem equipado de fábrica,
pelo preço sugerido de R$ 95 mil. De série, ele já conta com 6 air-bags; sensores
de estacionamento dianteiro e traseiro; oito alto-falantes; Ar-condicionado
digital de duas zonas "Climatronic" com refrigeração no porta-luvas;
Assistente de partida na subida "Hill Assist" e bloqueio eletrônico
do diferencial "EDS e XDS"; Direção com assistência elétrica;
Espelhos retrovisores externos aquecíveis e com ajuste elétrico; Indicador de
perda de pressão dos pneus; Rodas de liga leve Aro 17" com pneus 225/45
R17; Sistema de som com CD-Player sem navegador com Bluetooth e tela
touchscreen,MP3 e Aux-In.
Com o pacote Premium (opcional de R$ 9,6 mil) acrescenta: controle
de cruzeiro; aquecimento dos bancos dianteiros regulável; banco do motorista
com ajuste elétrico de altura, longitudinal e inclinação; banco do motorista
com apoio lombar elétricamente ajustável; bancos com revestimento em couro;espelho
retrovisor interno antiofuscante (eletrocrômico); espelhos retrovisores
externos eletricamente ajustáveis, rebatíveis, aquecíveis e com função
"Tilt down"; faróis bixenônio com regulagem dinâmica de altura e luz
de condução diurna em LED; faróis com acendimento automático, função
"Coming & Leaving Home"; luz dinâmica para trânsito em curvas; sensor
de chuva e crepuscular; Sistema Kessy (acesso ao veículo sem o uso da chave e
botão para partida do motor);
sistema de som com CD-Player e navegador mais bluetooth,
tela touchscreen, MP3 e Aux-In.
O teto solar é outro opcional avulso, que acrescenta mais R$
4,2 mil.
O que precisa
melhorar
Que o Jetta é um carro fantástico, não dá para duvidar. Mas
a Volkswagen precisa urgentemente em melhorar algumas coisas no modelo. A
central multimedia do Jetta esta bastante ultrapassada. Aliás, as novas
centrais multimedia tanto do Fox, como do Golf, estão anos-luz à frente da
central ainda oferecida no Jetta. Além disso, para um carro de R$ 100 mil, a
Volkswagen poderia oferecer alto-falantes de melhor qualidade no Jetta TSI.
Além disso, essa oferta de três diferentes pacotes de
opcionais no Jetta (variando quase R$ 15 mil), só atrapalha a performance de
venda do carro. Praticamente todos os concorrentes diretos do Jetta, quando nas
versões topo de linha, trazem um pacote único SEM OPCIONIAS. Essa política
ajuda o carro a ter menor desvalorização no mercado de seminovos/usados, uma
vez que o preço é dado pelo todo, sem prejuízo dos opcionais.