A Jaguar prepara uma estratégia agressiva para conquistar novos clientes. A rede autorizada crescerá das atuais 32 revendas para 42 até o fim de 2016 e o XE terá custos de manutenção competitivos. No Brasil, seu futuro pode ser ainda mais promissor – a partir de 2016 ele deve ser fabricado em Itatiaia (RJ). O XE já pode ser comprado em três versões com motor 2.0 de 240 cv: Si4 Pure (R$ 169.900), Si4 Pure Tech (R$ 177.000) e Si4 R-Sport (R$ 199.900). Para quem deseja mais potência, existe o XE S, com motor 3.0 V6 Supercharger, de 340 cv (R$ 299.000).
O Jaguar XE 2.0 R-Sport tem um kit aerodinâmico composto por saias laterais e para-choques diferenciados, além de um discreto aerofólio na tampa do porta-malas. O emblema “R-Sport” aparece no volante, nas soleiras e nas entradas de ar laterais. O câmbio é o mesmo automático sequencial de oito marchas das demais versões 2.0, mas a suspensão foi recalibrada para proporcionar uma condução mais esportiva. Pode ser. Mas o carro não é tão dinâmico como parece pelo visual. Tanto o motor quanto o câmbio foram claramente ajustados para entregar melhor consumo do que performance.
Não que falte força no dia-a-dia – afinal, seus 34,7 kgfm de torque estão disponíveis numa boa faixa que vai de 1.750 a 4.000 rpm e 240 cavalos não são uma potência de se jogar fora –, mas a impressão é de que o carro tem recursos eletrônicos superdimensionados. Assim, apesar de a relação peso-potência de 6,4 kg/cv proporcionar uma ótima aceleração de 0-100 km/h em 6,8 segundos, o XE nunca “se entrega” para o motorista. Mesmo no modo “S” (Sport), tudo funciona tão perfeitamente que o motorista parece ser dispensável.
Em altas velocidades o XE tem o que há de melhor em suspensão. A dianteira é do tipo double wishbone (dupla asa) e a traseira é integral link, normalmente usada só em carros de categoria superior. Um dos pontos altos do Jaguar XE é o seu sistema multimídia. Já na versão de entrada ele vem com tela touchscreen de 8 polegadas, navegador por GPS, entradas auxiliar/USB/iPod, bluetooth e streaming de áudio. Além de embelezar o painel, o sistema é bastante intuitivo. Já o sistema de áudio Meridian só está disponível na versão R-Sport e no XE S. Todavia, o carro é um tanto apertado para o seu padrão.
Pessoas com mais de 1,70 m precisam se contorcer para entrar a bordo. O joelho direito do motorista bate na lateral do console central e o retrovisor interno encobre boa parte da visão nas curvas para a direita. Do lado do passageiro e nos bancos de trás a sensação de aperto é a mesma. Mas, para os consumidores que pretendem entrar no segmento de carros de luxo fugindo da (eficiente) mesmice dos modelos alemães, o Jaguar XE é uma boa opção. Com uma ampla faixa de preços entre R$ 170.000 e R$ 300.000, o sedã inglês pode, sim, sonhar em abocanhar grande parte das presas que hoje estão dominadas pela dupla Classe C/Série 3.
Ficha técnica:
Jaguar XE 2.0 Si4 R-Sport
Motor: 4 cilindros em linha 2.0, 16V, turbo, start-stop
Cilindrada: 1999 cm3
Combustível: gasolina
Potência: 240 cv a 5.500 rpm
Torque: 34,7 kgfm de 1.750 a 4.000 rpm
Câmbio: automático sequencial, oito marchas
Direção: elétrica
Suspensões: double wishbone (d) e integral link (t)
Freios: discos de 325 mm (d/t)
Tração: traseira
Dimensões: 4,672 m (c), 1,850 m (l) com os retrovisores rebatidos, 1,416 m (a)
Entre-eixos: 2,835 m
Pneus: 225/45 R18 (opcionais 245/40 R18 na traseira)
Porta-malas: 455 litros
Tanque: 63 litros
Peso: 1.530 kg
0-100 km/h: 6s8
Velocidade máxima: 250 km/h
Consumo cidade: 8,6 km/l (segundo a Jaguar do Brasil)
Consumo estrada: 11,6 km/l (segundo a Jaguar do Brasil)
Emissão de CO2: sem dados