Após esses dez anos do acidente fatal de Ayrton Senna, muita coisa se falou no que realmente teria ocorrido na curva Tamburello. Um pneu furado? O carro estava muito baixo e vinha tocando no chão? Quebra da suspensão? Um pequeno pedaço de outro carro na pista poderia ter feito Senna desviar o carro ligeiramente? Até o absurdo de que Senna desmaiou porque estava prendendo a respiração. Tudo isso é muito pouco provável de ter ocorrido.
A última declaração feita sobre o acidente veio do companheiro de Senna na Williams, o inglês Damon Hill. Ele acredita que a morte de Senna foi decorrência de um erro do brasileiro. A dificuldade na condução do carro e a sede de vitórias do tricampeão teriam levado ao acidente na curva Tamburello. “Ninguém além de mim e Ayrton sabe como era guiar aquele carro naquela curva, naquele dia, com pneus frios. E ninguém além dos pilotos de Fórmula 1 pode medir as forças que existem dentro de um cockpit. Mas, na verdade, nunca saberemos o que Senna pensava naquele momento e nem mesmo o que aconteceu”, disse Hill, que não abre mão da hipótese de falha humana. Quanta "besteria".
Se realmente a causa do acidente fosse em decorrência dos pneus frios, o carro de Senna jamais saira reto daquela maneira e sim rodaria antes de bater no muro. Ayrton Senna era um piloto muito experiente e ele sabia mais do que todos os outros de como conduzir o carro de F-1.
Porque só agora Hill se manifestou? Três semanas antes de completar dez anos do acidente de Senna, a justiça Italiana reabriu o caso por "incoerência" entre o apurado pela perícia e a sentença de "inocente" para os réus, Patrick Head e Adrian Newey.
As investigações chegaram à conclusão de que Senna passou reto na curva Tamburello, em Imola, porque a coluna de direção partiu. Radiografias constataram a fadiga do material.
Ayrton Senna queixava-se de estar desconfortável dentro do cockpit da Williams FW16, que a posição de dirigir estava ruim. Suas mãos batiam nas laterais do cockpit. A Williams decide então dar mais conforto ao piloto brasileiro, fazendo uma emenda na coluna de direção para modificar a posição do volante.
A modificação é artesanal, realizada no próprio box da equipe na pista de Imola. A equipe serra a coluna de direção, de 25 mm de espessura, ficando em dois pedaços e coloca um outo pedaço de diâmetro menor de 18 mm de espessura e de material diferente, soldando as duas extremidades.
Ayrton Senna na 7ª volta do GP de San Marino, na curva Tamburello a 310km/h, percebe que algo de sério está acontecendo com o volante do seu Williams. Senna tira o pé desesperadamente de acelerador e pisa fundo no freio, tentando impedir o impacto que era inevitável. O carro não faz a curva e vai reto em direção ao muro. A telemetria do carro, acusa que Ayrton exerceu uma pressão de 100% no pedal do freio, em uma desaceleração de 4.3G (força da gravidade), reduziu da 6ª para a 4ª marcha e a velocidade diminuiu de 310km/h para 230km/h na hora do impacto com o muro.
Mas tudo isso poderia ser um susto. O trauma cerebral que vitimou Senna foi provocado por um braço da suspensão que perfurou a viseira do capacete. A perfuração não foi grande, cerca de 6cm de comprimento e 8mm de espessura. No momento do impacto a suspensão se espatifa e sua ponta se transforma em uma espécie de lança. Uma lança que penetra cerca de 2cm na testa de Ayrton, logo acima do supercílio direito, entrando e saindo em frações de segundos. Senna não apresentou nenhuma fratura em outra parte do corpo, somente o golpe fatal em sua testa. Um acidente extremamente raro, uma fatalidade.